
“Nada me pode retirar a arma do Amor… Decido ir, para que haja alguém que ame a Deus no meio dos comunistas… A minha morte tornar-se-á vida para muitos. A minha morte marcará o início da paz para o Vietname.”
Assim falava um jovem redentorista vietnamita, Joaquim Nguyen Tan Van (mais conhecido sob o nome religioso de Marcel Van). Ofereceu-se voluntário para Hanoi, capital do norte do país que ficara sob regime comunista, quando todos fugiam de lá.A sua família era profundamente cristã. Passou uma infância feliz. Data marcante foi a sua primeira comunhão:
“Num instante, tornei-me como uma pequena gota de água perdida no meio do oceano. Agora, só resta Jesus e eu; e eu apenas sou o pequeno nada de Jesus”. Nessa altura, somente com 6 anos, nasce-lhe um desejo: “Queria tornar-me padre para anunciar a Boa Nova aos não crentes. Tomei a resolução de ser uma flor sem fruto a fim de espelhar perfume toda a minha vida."
Mas aos 7 anos, pela extrema pobreza da sua família, é levado para uma “Casa de Deus”, instituição criada no final do século XVIII pelas Missões Estrangeiras, para instruir os fiéis tendo como fim um possível futuro ingresso no seminário. Porém, o jovem Van, por ser novo e pobre, acaba por ser explorado pelos responsáveis e rapazes mais velhos. A sua fé profunda indispõe os outros. Chegam a abusar dele. Entristecido por esse ambiente deplorável, foge.Acaba vendido como escravo antes de fugir novamente. Passa pela terrível escola da humilhação e da mendicidade.
Nova vida No final de 1940, Van confessa-se. É-lhe dito:
“Se Deus te enviou a Cruz, é sinal que Ele te escolheu”. Na missa de Natal, experimenta uma alegria intensa: “Encontrei o tesouro mais precioso da minha vida… Porque razão os meus sofrimentos me parecem tão belos? (…) Já não tinha medo de sofrer. Deus confiava-me uma missão: a de mudar o sofrimento em felicidade…”
Em 1942 entra no seminário. É nessa altura que fará a descoberta que muda a sua vida. Encontra e lê “História de uma alma” de Stª Teresa do Menino Jesus. Tem 14 anos.
“Compreendi que Deus é Amor e que o Amor vive de todas as formas de Amor. Posso, pois, santificar-me através das pequenas acções… um sorriso, uma palavra ou um olhar desde que tudo seja feito por Amor. Que felicidade! Já não receio tornar-me santo. Encontrei, por fim, o meu caminho de santidade”.
É uma união extraordinária que passa a viver com a jovem santa carmelita de quem recebe a graça de ouvir a sua voz e que o trata por “irmãozinho”. Confia-lhe o segredo da sua experiência:
“Não temas jamais a Deus… Ele só sabe amar…”
Van não será padre, mas tornou-se religioso redentorista. Rebenta, entretanto, a guerra entre o Vietname e a França desembocando na divisão do país. É nessa ocasião que Marcel Van opta por ser testemunha de Jesus desafiando o poder comunista do norte. Consequentemente, é preso em 1955.Com apenas 27 anos, começa a sua agonia.Por não renegar a sua fé é acusado de propaganda reaccionária, sentenciado a 15 anos num campo de reeducação. Mas nem assim vacila:
“Sou vítima do Amor e o Amor é toda a minha felicidade”. Entre as centenas de detidos ele é a luz e o reconforto de todos: “É bem necessário que me dê aos outros… Deus fez-me saber que cumpro a sua vontade”.
Porque não apresenta evolução na sua “reeducação” as medidas endurecem-se contra ele. É mantido isolado, acorrentado, não tem direito a visitas nem correio. Morre esgotado a 10 de Julho de 1959. Tem 31 anos. A sua causa de beatificação já foi introduzida como confessor da fé.
Texto publicado por Secretariado Diocesano de Pastoral Vocacional da Diocese da Guarda
Assim falava um jovem redentorista vietnamita, Joaquim Nguyen Tan Van (mais conhecido sob o nome religioso de Marcel Van). Ofereceu-se voluntário para Hanoi, capital do norte do país que ficara sob regime comunista, quando todos fugiam de lá.A sua família era profundamente cristã. Passou uma infância feliz. Data marcante foi a sua primeira comunhão:
“Num instante, tornei-me como uma pequena gota de água perdida no meio do oceano. Agora, só resta Jesus e eu; e eu apenas sou o pequeno nada de Jesus”. Nessa altura, somente com 6 anos, nasce-lhe um desejo: “Queria tornar-me padre para anunciar a Boa Nova aos não crentes. Tomei a resolução de ser uma flor sem fruto a fim de espelhar perfume toda a minha vida."
Mas aos 7 anos, pela extrema pobreza da sua família, é levado para uma “Casa de Deus”, instituição criada no final do século XVIII pelas Missões Estrangeiras, para instruir os fiéis tendo como fim um possível futuro ingresso no seminário. Porém, o jovem Van, por ser novo e pobre, acaba por ser explorado pelos responsáveis e rapazes mais velhos. A sua fé profunda indispõe os outros. Chegam a abusar dele. Entristecido por esse ambiente deplorável, foge.Acaba vendido como escravo antes de fugir novamente. Passa pela terrível escola da humilhação e da mendicidade.
Nova vida No final de 1940, Van confessa-se. É-lhe dito:
“Se Deus te enviou a Cruz, é sinal que Ele te escolheu”. Na missa de Natal, experimenta uma alegria intensa: “Encontrei o tesouro mais precioso da minha vida… Porque razão os meus sofrimentos me parecem tão belos? (…) Já não tinha medo de sofrer. Deus confiava-me uma missão: a de mudar o sofrimento em felicidade…”
Em 1942 entra no seminário. É nessa altura que fará a descoberta que muda a sua vida. Encontra e lê “História de uma alma” de Stª Teresa do Menino Jesus. Tem 14 anos.
“Compreendi que Deus é Amor e que o Amor vive de todas as formas de Amor. Posso, pois, santificar-me através das pequenas acções… um sorriso, uma palavra ou um olhar desde que tudo seja feito por Amor. Que felicidade! Já não receio tornar-me santo. Encontrei, por fim, o meu caminho de santidade”.
É uma união extraordinária que passa a viver com a jovem santa carmelita de quem recebe a graça de ouvir a sua voz e que o trata por “irmãozinho”. Confia-lhe o segredo da sua experiência:
“Não temas jamais a Deus… Ele só sabe amar…”
Van não será padre, mas tornou-se religioso redentorista. Rebenta, entretanto, a guerra entre o Vietname e a França desembocando na divisão do país. É nessa ocasião que Marcel Van opta por ser testemunha de Jesus desafiando o poder comunista do norte. Consequentemente, é preso em 1955.Com apenas 27 anos, começa a sua agonia.Por não renegar a sua fé é acusado de propaganda reaccionária, sentenciado a 15 anos num campo de reeducação. Mas nem assim vacila:
“Sou vítima do Amor e o Amor é toda a minha felicidade”. Entre as centenas de detidos ele é a luz e o reconforto de todos: “É bem necessário que me dê aos outros… Deus fez-me saber que cumpro a sua vontade”.
Porque não apresenta evolução na sua “reeducação” as medidas endurecem-se contra ele. É mantido isolado, acorrentado, não tem direito a visitas nem correio. Morre esgotado a 10 de Julho de 1959. Tem 31 anos. A sua causa de beatificação já foi introduzida como confessor da fé.
Texto publicado por Secretariado Diocesano de Pastoral Vocacional da Diocese da Guarda
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