quarta-feira, 22 de julho de 2009

Marcel Van, Apóstolo do Amor


“Deus é amor” (1 Jo 13,1). Esta confissão de fé cristã sempre esteve presente na vida dos discípulos missionários de Jesus, desde a Igreja primitiva até os nossos dias. A fé em Deus-Amor possibilitou que a Igreja reconhecesse Deus como Trindade, e mais ainda, se compreendesse como participante do mistério de amor do Pai pelo Filho no Espírito Santo. Pelo Deus-Amor, os apóstolos e primeiros discípulos não temeram percorrer o mundo anunciando o nome de Jesus; homens e mulheres não hesitaram em sofrer e derramar o sangue, viver na solidão e no deserto, na contemplação e na oração, na pobreza e itinerância; mas, com solicitude se dedicaram ao apostolado, às obras de misericórdia, à educação, às missões e ao testemunho claro e evidente do amor.
O pequeno Ir. Marcel Van, missionário redentorista do Vietnã, é um exemplo interessante e intrigante de vida cristã. Sua vida e sua morte, no campo de re-educação comunista, testemunham a força transformadora do amor da Trindade que preenche a vida humana de sentido e a eleva à participar da vida divina. O próprio Marcel Van fala se sua vocação: “Compreendi que Deus é Amor e que o Amor vive de todas as formas de amar. Posso, pois, santificar-me através das pequenas ações: um sorriso, uma palavra ou um olhar desde que tudo seja feito por Amor. Que felicidade! Já não receio tornar-me santo. Encontrei, por fim, o meu caminho de santidade”. E já no fim de sua vida disse: “Sou a vítima do Amor e o Amor é toda a minha felicidade... É bem necessário que me dê aos outros… Deus fez-me saber que cumpro a sua vontade”.
Na vida e missão do Ir. Marcel Van resplandeceu a força do amor trinitário que impulsiona o coração humano para a liberdade, para o serviço, para a doação, para amar. Van compreendeu que era amado por Deus, e porque amado, quis amar também. Mas, quis amar na mesma proporção que era amado: a cruz. Após se doar em pequenos gestos sinceros de amor aos irmãos e irmãs, doou a própria vida por amor a Deus na prisão, servindo e consolando quem ali estava junto com ele. Como Jesus, Van “tendo amado os seus que estavam no mundo, amou-os até o fim” (Jo 13,1). Marcel Van recorda que o amor é a plenitude da vida em Cristo. Por isso, deixemos que se faça prece em nosso coração suas próprias palavras dirigidas a Jesus: “Abraço com alegria a pesada cruz, que me deixaste por amor. Gozando o favor de ser teu amigo, suspiro por uma morte como a tua, a fim de poder dizer-te: nós amamos um ao outro, e nós morremos um pelo outro”.

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